HEPATITE

09/10/2023

Introdução

As hepatites virais representam um grave problema de saúde pública no Brasil e em todo o mundo. Essas infecções afetam o fígado, podendo causar desde alterações leves até graves. Na maioria das vezes, as hepatites são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando os sintomas estão presentes, podem se manifestar como fadiga, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem também, embora em menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos comum no Brasil, sendo encontrado com mais facilidade na África e na Ásia.

As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. No entanto, como nem sempre apresentam sintomas, muitas pessoas desconhecem que estão infectadas. Isso pode levar a décadas de evolução da doença sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção pode comprometer o fígado, causando fibrose avançada ou cirrose, o que, por sua vez, pode levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.

O impacto dessas infecções resulta em cerca de 1,4 milhão de mortes anualmente em todo o mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada às hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada à do HIV e da tuberculose.

Hepatite A

A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também conhecida como "hepatite infecciosa". Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença benigna, mas seu curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade.

Transmissão

A transmissão da hepatite A ocorre por via fecal-oral, geralmente associada a alimentos ou água contaminados, baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal precária. Outras formas de transmissão incluem contato pessoal próximo, especialmente entre pessoas que vivem juntas, pessoas em situação de rua ou crianças em creches, e contato sexual, especialmente em homens que fazem sexo com homens.

A estabilidade do vírus da hepatite A no ambiente e a alta concentração do vírus nas fezes de indivíduos infectados contribuem para a transmissão. Crianças podem eliminar o vírus por até 5 meses após a resolução clínica da doença. Além disso, em populações com práticas sexuais anais, como sexo oral-anal, o risco de transmissão é aumentado.

Sinais e Sintomas

Os sintomas da hepatite A são geralmente inespecíficos e podem incluir fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos por sintomas gastrointestinais, como enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A presença de urina escura ocorre antes do início da icterícia (pele e olhos amarelados). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite A é feito por meio de exames de sangue para detectar a presença de anticorpos anti-HAV IgM, que podem ser detectáveis por cerca de seis meses. Também é possível fazer a pesquisa do anticorpo IgG para verificar infecções passadas ou a resposta vacinal.

Tratamento

Não há tratamento específico para a hepatite A. É importante evitar a automedicação, pois o uso de medicamentos desnecessários ou tóxicos ao fígado pode piorar o quadro. O médico saberá prescrever o tratamento adequado para aliviar os sintomas.

Prevenção

A prevenção da hepatite A é baseada em medidas de higiene, saneamento básico e vacinação. Medidas importantes incluem:

  • - Lavar bem as mãos com água e sabão após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de preparar ou consumir alimentos;
  • - Consumir água tratada e alimentos bem cozidos;
  • - Em áreas de surto, especialmente em instituições como creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
  • - Evitar banhar-se ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de áreas com esgoto a céu aberto;
  • - Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
  • - Usar preservativos e praticar a higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.


Hepatite B

A hepatite B é causada pelo vírus B (HBV) da hepatite, que pertence à família Hepadnaviridae. É uma das infecções virais mais comuns no mundo e representa um importante problema de saúde pública.

Transmissão

A hepatite B é transmitida por contato direto com o sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infectada. As principais vias de transmissão incluem relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, transmissão de mãe para filho durante o parto e exposição a sangue e fluidos corporais em ambientes de assistência à saúde.

Sinais e Sintomas

A hepatite B pode ser assintomática ou causar sintomas graves, que incluem fadiga, mal-estar, febre, icterícia, urina escura, dor abdominal e desconforto abdominal. A infecção aguda pode evoluir para a forma crônica, que aumenta o risco de cirrose e câncer hepático.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite B é realizado por meio de exames de sangue para detectar a presença de antígenos e anticorpos específicos, como HBsAg, HBcAg, anti-HBs e anti-HBc.

Tratamento

O tratamento da hepatite B crônica é realizado com medicamentos antivirais específicos. No entanto, o tratamento deve ser orientado por um médico especializado.

Prevenção

A prevenção da hepatite B é baseada na vacinação, que está disponível para todas as faixas etárias. Outras medidas de prevenção incluem:

  • - Uso de preservativos em relações sexuais;
  • - Não compartilhar objetos de uso pessoal que possam entrar em contato com sangue;
  • - Garantir que todas as gestantes sejam testadas para hepatite B e, se necessário, recebam a vacina e imunoglobulina para prevenir a transmissão vertical para o bebê.


Hepatite C

A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV) da hepatite e é uma das principais causas de doença hepática crônica no mundo.

Transmissão

A principal via de transmissão da hepatite C é o contato com sangue infectado, que pode ocorrer por meio do compartilhamento de agulhas e seringas, procedimentos médicos ou odontológicos inadequadamente esterilizados, transplante de órgãos de doadores infectados e, raramente, durante o sexo desprotegido. A transmissão de mãe para filho é possível, mas ocorre com menos frequência do que no caso da hepatite B.

Sinais e Sintomas

A hepatite C é frequentemente assintomática, e os sintomas podem não se manifestar até que ocorra uma lesão hepática avançada. Quando presentes, os sintomas incluem fadiga, mal-estar, febre, icterícia, urina escura e dor abdominal.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite C é feito por meio de exames de sangue para detectar a presença de anticorpos anti-HCV. É importante realizar testes de confirmação para determinar a carga viral do HCV e a genotipagem do vírus.

Tratamento

O tratamento da hepatite C envolve terapias antivirais específicas, que têm evoluído consideravelmente nos últimos anos. Um médico especializado deve orientar o tratamento, que pode levar à cura da infecção.

Prevenção

Não existe vacina disponível para a hepatite C. Portanto, as medidas de prevenção incluem:

  • - Não compartilhar objetos que possam entrar em contato com sangue;
  • - Uso de preservativos em relações sexuais;
  • - Garantir a esterilização adequada de equipamentos médicos e odontológicos;
  • - Evitar o compartilhamento de objetos pessoais que possam conter sangue.
  • - Fazer o teste para hepatite C, especialmente se você estiver em grupos de risco, como pessoas que usam drogas injetáveis, profissionais de saúde que podem ter contato com sangue, e pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1993.


Hepatite D

A hepatite D é uma infecção causada pelo vírus da hepatite D (HDV) e ocorre apenas em pessoas já infectadas com o vírus da hepatite B (HBV).

Transmissão

A hepatite D é transmitida de forma semelhante à hepatite B, pois requer o HBV como coinfecção para se replicar. Portanto, as principais vias de transmissão são relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e fluidos corporais, transmissão de mãe para filho e exposição a sangue e fluidos corporais em ambientes de assistência à saúde.

Sinais e Sintomas

Os sintomas da hepatite D são semelhantes aos da hepatite B, mas a doença tende a ser mais grave quando associada ao HDV.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite D envolve testes para detectar anticorpos anti-HDV, que podem ser identificados no sangue.

Tratamento

O tratamento da hepatite D é complexo e geralmente envolve o tratamento da hepatite B subjacente. Um médico especializado deve ser consultado.

Prevenção

A prevenção da hepatite D é essencialmente a mesma da hepatite B, incluindo a vacinação contra o HBV e a prática de sexo seguro.


Hepatite E

A hepatite E é causada pelo vírus E (HEV) da hepatite e é mais comum em áreas com más condições de saneamento básico e água não tratada.

Transmissão

A hepatite E é transmitida principalmente por via fecal-oral, frequentemente associada a água ou alimentos contaminados, situações de falta de saneamento e más condições de higiene.

Sinais e Sintomas

A hepatite E geralmente causa sintomas semelhantes aos da hepatite A, incluindo fadiga, mal-estar, febre, náuseas, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite E é realizado por meio de exames de sangue para detectar a presença de anticorpos anti-HEV.

Tratamento

Não existe tratamento específico para a hepatite E. O tratamento visa principalmente aliviar os sintomas.

Prevenção

A prevenção da hepatite E envolve medidas de saneamento, acesso a água potável segura e educação sobre higiene pessoal. Atualmente, existem vacinas disponíveis em alguns países, mas sua disponibilidade pode variar.

As hepatites virais representam um desafio global de saúde pública, com impactos significativos na saúde e na qualidade de vida das pessoas. A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado desempenham papéis fundamentais na redução da morbidade e mortalidade associadas a essas infecções. Portanto, é importante conscientizar as pessoas sobre a importância da vacinação, da prática de sexo seguro e de medidas de higiene para prevenir a propagação das hepatites virais.

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