AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
09/10/2023Introdução
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença grave causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Este vírus ataca o sistema imunológico do corpo, enfraquecendo a capacidade do organismo de se defender contra infecções e doenças. O principal alvo do HIV são os linfócitos T CD4+, células essenciais para o sistema de defesa. Neste artigo, abordaremos as causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção da AIDS.
Causas
O HIV, um retrovírus classificado na subfamília Lentiviridae, é transmitido por diferentes vias, incluindo relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas, transmissão de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação. O vírus possui um longo período de incubação antes do surgimento dos sintomas da doença e infecta as células do sangue e do sistema nervoso, suprimindo o sistema imune.
É fundamental destacar que pessoas vivendo com HIV/AIDS que não estão em tratamento ou mantêm carga viral detectável podem transmitir o vírus a outras pessoas por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas e de mãe para filho durante a gravidez e amamentação. No entanto, pessoas em tratamento antirretroviral com carga viral indetectável há pelo menos seis meses não transmitem o vírus por via sexual, uma estratégia conhecida como "Indetectável = Intransmissível" (I = I).
Sistema Imunológico
O sistema imunológico desempenha um papel crucial na defesa do organismo contra bactérias, vírus e outros micróbios. Os linfócitos T-CD4+ são as principais células do sistema imunológico atacadas pelo HIV. Esses glóbulos brancos desempenham um papel central na organização e comanda a resposta do sistema imunológico diante de invasores. Quando o HIV se liga a essas células, ele penetra no interior delas para se multiplicar, enfraquecendo gradualmente a capacidade de resposta do sistema imunológico. À medida que o sistema imunológico se enfraquece, o corpo se torna mais vulnerável a doenças, e a pessoa é diagnosticada com AIDS.
Janela Imunológica
A janela imunológica é o período entre a infecção pelo HIV e a primeira detecção de anticorpos anti-HIV no organismo. Em muitos casos, a duração da janela imunológica é de cerca de 30 dias, embora possa variar de acordo com a reação do organismo do indivíduo e o tipo de teste utilizado. Durante a janela imunológica, a pessoa pode ser portadora do vírus, mesmo se o resultado do teste de anticorpos anti-HIV for não reagente. É importante destacar que o HIV pode ser transmitido durante a janela imunológica, tornando essencial a repetição do teste após 30 dias em casos de resultados não reagentes, se houver suspeita de infecção.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce do HIV é fundamental para aumentar a expectativa de vida das pessoas vivendo com o vírus. Os testes de HIV podem ser realizados por meio de coleta de sangue ou fluido oral. No Brasil, existem testes laboratoriais e testes rápidos que detectam anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades de saúde pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O diagnóstico pode ser realizado de forma anônima, e os centros de testagem também oferecem aconselhamento para garantir que os resultados sejam interpretados corretamente.
As mães diagnosticadas com HIV têm uma alta probabilidade de ter filhos sem o vírus se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto.
Prevenção
A melhor estratégia para evitar a transmissão do HIV é a prevenção combinada, que envolve o uso simultâneo de diversas abordagens de prevenção adaptadas às necessidades específicas de diferentes populações e formas de transmissão do vírus.
As intervenções biomédicas incluem a distribuição de preservativos masculinos e femininos, gel lubrificante e o uso de antirretrovirais, como o Tratamento para Todas as Pessoas (TTP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Intervenções comportamentais visam aumentar a conscientização sobre o HIV e incentivar mudanças de comportamento, incluindo o uso de preservativos, adesão às intervenções biomédicas e testagem regular.
Intervenções estruturais buscam abordar fatores socioculturais que influenciam a vulnerabilidade ao HIV, como o combate ao preconceito, estigma e discriminação, promoção e defesa dos direitos humanos, além de campanhas educativas e de conscientização.
A Prevenção Combinada do HIV visa combinar essas ações de acordo com as necessidades específicas de populações e formas de transmissão do vírus.
Transmissão
O HIV é transmitido principalmente por meio de:
- - Sexo vaginal, anal ou oral desprotegido;
- - Compartilhamento de seringas contaminadas;
- - Transfusão de sangue contaminado;
- - Transmissão de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação;
- - Uso de instrumentos perfurantes ou cortantes não esterilizados.
É essencial esclarecer que o HIV não é transmitido por meio de:
- - Sexo protegido com o uso correto de camisinha;
- - Masturbação mútua;
- - Beijo no rosto ou na boca;
- - Suor e lágrimas;
- - Picada de inseto;
- - Aperto de mão ou abraço;
- - Uso compartilhado de sabonete, toalhas, lençóis;
- - Compartilhamento de talheres ou copos;